segunda-feira, 24 de maio de 2010

semana 12. Nada se cria. Nada se cria. Nada se cria. Nada se cria.

Bem, meus parcos e preciosos amigos do Design Encantado. Aqui estamos de novo, com uma nova missão. Postar um texto reclamando como sempre faço, sem ser repetitivo como sempre sou. Sim, meus caros, a situação complicou. Ao contrário do que eu pensei, a sinhazinha que flagela e açoita esse pobre vassalo que vos escreve parece ter percebido que eu estava enrolando, usando o mesmo argumento toda semana, trocando apenas a seqüência dos parágrafos. E agora não posso mais usar essa prática consagrada ao longo de várias postagens para enrolar.
Assim sendo, vou tentar postar sem me repetir novamente. Por que a repetição de fato é muito repetitiva e nos cansa de novo ao fazer alguém ler algo pela segunda vez, pois a redundância de informação nesse caso é uma coisa que, por ser dita várias vezes, enjoa o leitor pelo excesso de repetições, certo? Vendo dessa forma, a repetição é igual mulher grávida: enjoa fácil ( como se eu tivesse muitos leitores para enjoar, mas tudo bem ).
Está certo que acho isso uma afronta ao direito de liberdade de expressão, porém não tenho como lutar contra isso. Já não posso mais me expressar com gírias aqui, também não posso usar palavras de uso corrente de baixo calão, e por fim, não posso mais me repetir. Está cada dia mais complexo manter um blog que não fala sobre nada, viu?
Agora vamos ao tema de hoje, que a princípio seria sobre uma das coisas mais abomináveis para um artista, um designer, publicitários ou afins: as cópias, às vezes deslavadas, às vezes disfarçadas como citações ou homenagens.

campanha original
campanha "inspirada"


Eu pensei em fazer uma denúncia sobre as pessoas que copiam obras alheias como se fossem obras inéditas e próprias. Esse procedimento aumentou muito nos últimos tempos, devido ao grande número de facilidades que os avanços tecnológicos proporcionaram. Pois não tem nada mais recriminável do que alguém que copia o serviço de outra pessoa tentando levar alguma vantagem nisso, achando que nunca será pego em seu flagrante ato de pirataria, fato esse que os mesmos meios tecnológicos que ajudaram a aumentar a incidência de pirataria, também facilitaram às pessoas notarem as fraudes com mais facilidade.


campanha das Havaianas no Brasil

Cópia descarada da campanha, feita por um fotógrafo inglês, Richard Boll, postada em seu portfólio virtual

Esse é um assunto que causa polêmica, pois o que pode ser considerado cópia? Ser inspirado por outra obra faz disso uma cópia? Até penso que esse assunto renderia mais, porém fiz uma rápida pesquisa na rede e não achei nada relevante escrito por alguma outra pessoa, que eu pudesse copiar aqui para alimentar a polêmica, então resolvi mudar o enfoque da postagem para algo mais fácil de achar no Google.
Por isso, daqui a pouco eu vejo sobre o que postarei. Então para encher espaço, que tal falar sobre a virada cultural, que movimentou Araraquara nesse fim de semana? Um evento bem legal que mistura uma variedade de estilos normalmente ignorados pela grande mídia, com grupos folclóricos do país todo interagindo com artistas já consagrados. É uma grande vitrine, mas que todo ano me mostra uma coisa: como eu sou um analfabeto cultural. Porque não basta eu não saber nada de arte plástica, eu também me esforço para não saber nada de musica ou cultura. De cada dez atrações das viradas, eu sempre gosto de uma, e não entendo as outras nove. Eu até poderia fazer como muitos que fingem entender tudo de artes plásticas, músicas regionais ou culturas locais, mas eu sou muito chato para fingir que gosto de algo para agradar alguém. Ainda mais esse povo chato ( mas muito chato mesmo ) do movimento cultural alternativo, que por pensarem diferentes da massa, se acham melhores que o povão desafortunadamente sem cultura, no qual estou localizado.
Bem, o papo está bom, mas minha namorada vai dormir agora, então eu também vou, em solidariedade a ela, certo? Amanhã termino esse post. Enquanto isso, fiquem com uma manifestação popular que eu entendo bem.



Oi, já chegou o amanhã para mim. Onde estávamos mesmo antes da minha parada para uma noite agradável de sono? Aliás, não tão agradável quanto a noite de sono de sábado, mas não se pode ter tudo de bom sempre. Ah, aposto que nem era importante o assunto de antes, então vamos falar de outra coisa. E falar sobre algo mais relacionado ao design. Afinal, foi para isso que você veio aqui, não é? E não porque uma entidade superior te obrigou a visitar blogs dos colegas de classe pois isso vale notas em uma disciplina, certo?
E o nosso assunto hoje, já que não achei nada interessante sobre plágio para copiar e postar, será sobre a teoria da Obra de Arte Aberta, o contrário do objetivo inicial do texto de hoje, que seria plágio na arte. E estou muito empolgado com a idéia de discutir sobre a arte como “uma mensagem fundamentalmente ambígua, uma pluralidade de significados em um só significante”, como diria Umberto Eco em sua teoria da Obra Aberta ( ou a Adeline em uma de suas aulas ). O que isso quer dizer? Oras, que uma obra de arte amplia o universo semântico provável, lançando mão de jogos semióticos, a fim de repercutir nos seus intérpretes uma gama indeterminável porém não infinita de interpretações. Dita assim, fica muito claro e empolgante, não?

Mas pensando no conceito de obra aberta, será que um post sobre isso em um blog que ninguém comenta ou visita não seria uma afronta ao pensamento participativo que um evento desses pressupõe? Por que se é aberta, sugere participação dos interlocutores ( no caso, você que está lendo precisa participar também ). Como meus leitores nunca comentam aqui, de aberto meu blog não tem nada. Assim sendo, não falarei sobre Obra de Arte Aberta, pois aqui não tem nem arte, nem nada aberto. Pois esse é um blog espada.

Ficamos por aqui então, com o sentimento de mais uma missão cumprida, porém sem muito êxito. Afinal, enrolei como sempre, e me repeti como nunca.

Até semana que vem. Ou não.

3 comentários:

  1. Ótimo post enrolação!!! Eu ri, como sempre.
    Me ensina a fazer posts assim?

    Wow! Bem legal esse negócio de obra aberta, sabe?
    Pena que eu não entendo! Ou sim.

    AH! Sobre a campanha da Havaianas, eu prefiro a versão plagiada do inglês. Pô! Ele é inglês! Ele pode! haha

    =D

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  2. Senti um certo receio nos momentos em que você utilizou as letras de nosso alfabeto para escrever o termo "Obra Aberta".

    Ao mesmo tempo, parece que você se defende de alguma coisa quando cita "Blog Espada", o que é isso? Seria um arquétipo inconsciente desencadeado pela fonética do termo "Obra Aberta" e sua relação traumática e pejorativa à sexualidade?

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  3. Mandou muito bem nas palavras.. e me fez rir.. muito bom o texto

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