terça-feira, 26 de outubro de 2010

Mais um dia, mais um texto...



Uniara. O que falar dessa bela instituição que nos dá guarida em todas as noites durante a semana? Eu poderia comentar sobre as ótimas e acolhedoras instalações que nos oferecem, ou ao aparato tecnológico à que temos acesso na nossa formação profissional.

Mas pensando bem, nada disso é tão importante quanto os laços que se formam durante esses anos de estudo, sacríficio e esforço em busca de uma boa base profissional, que nos inspiram para nos tornar melhores pessoas.

Afinal, o que pode ser mais inspirador do que chamar o Rafael de “filho da mãe” durante as aulas? Ou ouvir as risadas da Jaqueline durante a aula? Existe algo mais legal do que ter aula na mesma classe que o filho do Senhor? E o Caio “Milhouse”? Ou notar os contrastes entre as pessoas que formam nosso círculo de amizades: ver o jeito tímido da Jú apresentando algum trabalho lá na frente e comparar com a cara de pau do Bruno, do Adam ou do Lúcio e seus argumentos para todo assunto o tempo todo?

Também aprendemos a generosidade do serviço em equipe e o socialismo educacional: a Lídia faz, eu, o Bruno e o Patrick dividimos as notas dos trabalhos. E das provas, quando a Veri me avisa no msn que temos prova.

E falando em generosidade, não posso esquecer da colaboração na hora da lista. Classe unida é outra coisa. Mesmo não estando presente em corpo, todos os alunos sempre estão presentes pelo menos em espírito. É a prova maior que existem outros planos espirituais. Afinal, se todo mundo assinou a lista, mas nem todos estão na aula no final, ou somos a classe mais colaborativa do mundo, ou existem mesmo outros planos espirituais, e um desses planos é reservado para os alunos da UNIARA.

E como uma classe pode ser inspiradora. Afinal, de tanto encher o saco da Laís, ano que vem ela, munida do apoio dos colegas de curso que nunca a deixaram esquecer um pequeno detalhe, criou coragem e deixará de ser chamada de ovo frito. Ou seja, além de tudo, os alunos ainda incentivam as pessoas a mudarem seu design.

Eu poderia até fazer um comentário sobre nossos professores amigos, mas nesse caso, a Adeline e o Gabriel poderiam falar que estou ficando sensível, o que não é o caso. E se eu falar da Carol, ela irá pensar que estou puxando o saco atrás de nota, coisa que quem acompanhou esse blog no passada sabe que nunca fiz.

Mesmo os colegas que tiveram mais juízo e largaram o barco no meio, como o Daniel “preciso tanto de um companheiro”, o Latreel “aposto que até o fim do ano fornico”, o FURBS e seu “futebolzinho” de meia tigela, o Marcinho “1800 dpi” ou o Luiz Fernando “agora embucetou tudo”, que ficaram tão pouco no nosso convívio, ainda deixaram marcas indeleáveis em nossa vida ( que palavra bonita essa, indeleável ).

E não comentarei sobre as viagens educativas que tivemos, em ônibus de alto luxo, com pessoas agradáveis que não gostam de ouvir pagode cantado no ritmo de hip hop. “Aha, aha”. Ainda mais porque na última viagem, ganhei de brinde uma crise. Afinal, eu só não ouvi meu celular tocar 8 vezes com minha namorada me ligando. E como eu a conheço, sei que esse fato irá render piadas internas até o resto das nossas vidas. A exposição foi tão bagunçada que na zona ela disse que eu esqueci dela. Coisa que nunca faço, afinal, penso nela o dia inteiro e o tempo todo. Mas isso tem um lado bom: pelo menos ela terá que passar a vida inteira comigo para fazer essas piadas.

Por isso, mesmo com todos os grandes recursos que temos ao nosso dispor nessa unidade de ensino, o que vou levar para a vida são as amizades feitas nesse período.

Aliás, alguém viu meu portfólio?

E para de reclamar que eu não tenho foto sua, Laís.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Show de Truman, a missão ( ou o que aconteceria se o roteirista da continuação fumasse uma erva antes de escrever )

E começou a vida para Truman. Após uma vida toda artificial, sendo manipulado para atrair o interesse dos telespectadores, finalmente ele tomaria decisões baseadas em sua própria vontade.

E não foi uma vida fácil. Porque ser criado em um mundo artificial é bem diferente de viver o mundo real. Pois o mundo real é triste, e se aproveita de pessoas inocentes.

Todos tentaram aproveitar-se de Truman. Empresários quiseram ajudá-lo a seguir uma nova carreira. Advogados quiseram orientá-lo a processar Christopher. Psicólogos o ajudariam a superar as barreiras criadas por uma vida ilusória. Todos queriam ajudá-lo. Mediante uma pequena participação nas vendas, uma participação em programas de auditórios contando como é ajudar uma celebridade, ou simplesmente pelo gesto humanitário de adquirir experiência suficiente para escrever um livro detalhando a aventura. Gestos altruístas como esses movem grande parte da humanidade. Em troca de uma singela participação monetária.

E isso foi cansando Truman, que não sabia desse lado humano. A única pessoa com quem ele pôde contar foi Sylvia.

Sua vontade era atender aos pedidos de Christopher e voltar para Seaheaven. Mas Sylvia não permitiu. E foi ensinando–o a conviver com uma humanidade corrupta, em que cada um pensa apenas em si mesmo, querendo levar vantagem em tudo sem se importar com os corpos que ficam no caminho. E ai ocorreu a grande mudança na vida de Truman.

Cansado de ser sempre conhecido na rua como “aquele cara da TV”, ele decidiu inovar, se reciclando. E começou uma outra carreira artística. Trocou de nome, para começar a mudança. Usou o nome de solteira de sua namorada, Sylvia Carey. E passou a assinar como Jim Carey.

Usando sua experiência de toda uma vida na TV, virou ator, começando a atuar em comédias. E tornou se um dos melhores comediantes de sua década. Fazia filmes engraçados para suprir sua carência interna.

Mas essa vida de ator cômico não o preencheu por muito tempo. Pois ele logo achou que podia ser um ator dramático também. E tentou ganhar um Oscar® fazer filmes mais sérios. E assim, achou um sentido em sua vida, mas perdeu toda a graça, e finalmente, sumiu da mídia e teve o sossego e a tranqüilidade com que sempre sonhou.


OBS – Chistopher tentou a vida de ator, e ganhou um Oscar®. Antes de Truman, que agora é Jim. Jim Carey.

OBS 2 - Sylvia saiu na Playboy.

OBS 3 - Michael Jackson comprou o set de gravação do Show de Truman, mudou o nome para Neverland e morou lá até morrer.

O show de Truman, análise crítica ( mas nem tanto )

Saudações, meus caros leitores ( ou na verdade, leitora, porque meu pai não mais poderá ler esses textos, afinal, ele cansou dessa vida e mudou do plano físico para o plano espiritual, e minha namorada tem mais o que fazer do que ficar lendo isso aqui, como fazia no primeiro semestre. Afinal, agora que vamos casar, ela não precisa mais me agradar lendo meus textos. Sobrou para minha professora, que será a única pessoa do mundo a ler aqui ).

O Show de Truman. Vamos fazer uma singela análise sobre o fenômeno mostrado no filme, sobre a curiosidade que a vida alheia desperta no ser humano. Afinal, não estamos tão distantes assim daquele mundo ficcional. Se lá eles admiravam a vida de Truman, aqui tem gente que admira, nas palavras do Bial, "os nossos ´heróis" do BB. Aliás, nossos heróis é o meu ovo, Sr. Bial. Herói é um médico que trabalha em um PS sem condições, um bombeiro que arrisca a vida para salvar outra pessoa, ou um policial que nos protege, as vezes sem condições adequadas de se proteger.

Voltando ao filme, o que leva as pessoas a se interessar tanto pela vida alheia? Talvez a vontade de ver realizado naquele programa as coisas que a pessoa sabe ser impossível realizar em sua própria vida? Será que a realização na vida das pessoas supre a necessidade de sentir - se completo com os objetivos que se tornaram impossíveis na vida real? Bem, eu não sei, se está procurando a resposta aqui, acho que está bem enganado.

O que o filme, na minha avaliação tenta mostrar, é que, seguindo o atual rumo, a indústria do entretenimento caminha mesmo para tornar "o Show de Truman" um projeto a ser avaliado seriamente em um futuro próximo. E olha que, na época do filme, ainda nem erámos soterrados com tantas variações de realitty shows como somos hoje. Só falta mesmo um show que acompanhe desde o nascimento a vida de alguém.

Aliás, falando nosso, será que alguém já registrou essa idéia? Farei isso. Sabem como é, né?

Sociedade do Espetáculo, de Guy Debord

Como fazer um relatório de algo que não entendi, não gostei e não me interessa? Bem, acho bom começar pela sinceridade de falar que não achei nada produtivo duas aulas vendo um filme chato, com linguagem arcaica e sem padrão estético agradável aos espectadores.

Por isso que os intelectuais não passam disso: intelectuais, cuja produção não passa das salas de aulas e não atinge nada mais que outros iguais a eles. Como falar sobre a sociedade do espetáculo com um filme de estética tão pobre e sem qualidade visual? Qual o interesse em apresentar algo assim para alunos de design? Se o objetivo era mostrar como não fazer algo, parabéns. Objetivo alcançado.

É dessa maneira que o autor ( ou o diretor desse documentário ) espera mostrar ao proletariado como a burguesia usa os meios de comunicação para aliena-los com celebridades, atores e políticos, ou as mensagens publicitárias que indicam um estado eterno de felicidade e ousadia imaginários? Com um filme em que a única sensação que ocorreu com a maioria da classe foi o tédio, a vontade de dormir ou de assinar a lista e ir embora? Como disse antes, por isso que ele não passa disso, um intelectual de univerdade, muito discutido entre seus iguais, mas sem alterar o preço do dólar ou fazer qualquer efeito no resto do mundo real.

Falo isso como um representante do público médio ( ou médio pra baixo ), que foi obrigado a ver um vídeo sem sentido ( na minha tacanha opinião ), sem nenhum atrativo, e sem nenhuma utilidade prática notada por mim para utilização no mercado de trabalho ou no decorrer do curso.

Aliás, deve ser muito produtivo trabalhar em um mundo capitalista ( não sei se já notaram, mas o socialismo está meio falido ) e apresentar para futuros profissionais que trabalharão com mídias uma proposta em que se critica a comunicação de massa, sendo que tudo leva a crer que o maior meio de comunicação de massa do futuro será a net.

Se “quando o mundo real se transforma em simples imagens, e as simples imagens se tornam seres reais e motivações eficientes de um comportamento hipnótico”, como disse Debord, o que ele pensa da net? Em que o virtual parece real? Não sei, porque no filme não se fala. Fala de práticas desatualizadas e antigas para um pessoal que tende a pensar no futuro.

Sim, vivemos na sociedade do espetáculo, que é parte da modernidade. Mas sempre foi assim, desde os egípcios, passando pelos romanos e até hoje. Talvez o espetáculo seja a sociedade.

E eu não falei nada mais do filme, porque não entendi mais nada dele. Culpa minha? Talvez. Mas também é culpa de quem não soube passar o conteúdo de maneira a torna-lo intessante e atraente para uma pessoa quase normal, e que não estuda ou tem interesse em estudar esse material. Processe o diretor do documentário. E eu também farei isso, pois ficarei com a nota baixa graças a ele. E a minha falta de vontade, é claro.